quinta-feira, 22 de março de 2012

A escola como socializadora do conhecimento produzido pela humanidade

Se o conhecimento produzido pela humanidade é uma espécie de herança, então todos deveriam ter direito a ela, igualmente. O que acontece é que o que se torna saber escolar na escola de uma determinada classe social não é o mesmo que se torna saber escolar para outra classe social. Além disso, as condições concretas de acesso a esse conhecimento fora da escola também é diferenciado. Outra questão a ser pensada é que quando definimos o conteúdo escolar definimos métodos positivistas para lidar com eles, limitando a possibilidade de torná-lo instrumento para uma compreensão ampliada e profunda das relações sociais e da situação de sujeito. Que método então deveríamos adotar?
Quando organizamos o saber escolar temos também que ter clareza sobre sua não neutralidade e que quando informamos, formamos! A forma e conteúdo da informação têm uma direção, uma intenção, um propósito, portanto não são neutros.
Precisamos superar o discurso de que o governo quer um povo ignorante porque mantê-lo sem instrução representa a garantia de manipulá-lo. Não é verdade que a classe dominante ou o seu gerente de plantão, o Estado, assim agem. Hoje, há uma necessidade de instrução mínima. Nossa sociedade apresenta uma complexidade tecnológica maior do que há três décadas e exige um “consumidor instruído”. Não poderíamos, por exemplo, trabalhar de graça para os donos de bancos (quando operamos sozinhos os serviços prestados) se fôssemos totalmente analfabetos. Mas é claro que esta instrução está condicionada pelo limite do pragmatismo capitalista.

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