quinta-feira, 15 de março de 2012

Continuidades ou descontinuidades da educação superior no Brasil?

Podemos até vir a pensar, em uma rápida e primeira análise, que muita coisa mudou do período militar para o período neoliberal, mas, a questão é que, apesar de serem períodos distintos, e de terem formas de governo diferenciadas
(um baseado na ditadura, e outro baseado na democracia)
, todos eles foram e são estruturados sob o modo de produção capitalista, o que os torna uma força “revolucionadora” permanente e contínua.
Como a borboleta que no início do seu desenvolvimento é apenas uma larva, que se transforma em lagarta para conseqüentemente se chegar à fase adulta, assim tem sido o ensino superior no capitalismo.
Possui fases distintas, que em muitas vezes pensamos ser situações totalmente opostas, mas que no fundo não são.
Da mesma maneira que a lagarta parece ser um inseto totalmente distinto da borboleta, assim tem sido o desenvolvimento do ensino superior nesses governos capitalistas, possui fases que pensamos não ter nada a ver uma com a outra, mas que na verdade é apenas parte de seu próprio desenvolvimento.
Foi durante o governo militar que se iniciou e disseminou o germe da lógica mercantilista da educação, que tem se ampliado copiosamente no governo neoliberal.
Só possui o ensino aquele que pode pagar por ele.
A educação, que antes era o lugar do ócio, se transformou e permanece sendo um grande negócio (Shiroma et al, 2002). E é assim que tem sido o ensino superior no Brasil, tem se desenvolvido cada vez mais de acordo com a lógica capitalista, que é a lógica do mercado.
E assim, plagiando o cantor Belchior, pode-se dizer que..." apesar de acontecidas muitas 'mudanças', ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais".
Foi necessário que tudo mudasse, para que tudo permanecesse como está.

...(!)

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